Grupo que foi desapropriado não pretende sair do local enquanto autoridades não discutirem solução
São Paulo - Um dia após reintegração de posse, moradores de rua que ocupavam o prédio do INSS no centro de São Paulo não têm situação definida. Acampados na Praça Craveiro Lopes, em frente à Câmara Municipal, cerca de 450 pessoas de todas as idades se abrigam debaixo de lonas.
Uma das moradoras sem teto, Geni de Oliveira, 31, não está otimista em relação a um possível acordo. "A nossa situação não foi resolvida e nem parece que vai ser tão cedo", desabafa. Ela também conta que, no curto período em que estão no local, já foram repreendidos por dois inspetores da Polícia. "Vieram fazer pressão para sairmos daqui. Entraram no banheiro onde tinha uma senhora dentro e foram totalmente grossos", conta.
Sob a ameaça de deixarem o local, os integrantes ainda constroem estruturas para sustentar lonas em caso de chuva. Um dos moradores que coordenam o grupo, Gerson da Conceição, afirma que não existe chance de o grupo deixar o local. "Nós só iremos sair daqui com uma situação definida. Não temos plano de sair para outro lugar e continuarmos sem teto", disse.
No acampamento, algumas pessoas se aconchegam em colchões e sofás achados na rua ou doados e, outras, deitam na grama. A cozinha, "construída" por tábuas de madeira e coberta por lona, é comunitária, e um grupo de mulheres prepara as refeições. O único banheiro - improvisado - é disputado: para tomar banho, é necessário ir até o albergue próximo dali.
Gerson não acredita que o grupo será expulso do local ainda hoje."Provavelmente, virão de madrugada. Eles não gostam que tenha muita gente presenciando", finaliza com fluência e segurança.
O grupo da Frente de Luta por Moradia (FLM) ocupava o prédio do INSS desde o dia 4 de outubro, construção esta que previa projeto para entregar espaços para moradores sem teto. Outro prédio, na avenida Ipiranga, que também foi ocupado tem reintegração de posse prevista para o dia 25 de novembro.
Publicado em 19/11/2010, 18:51
Última atualização às 18:51
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