O Serviço Pastoral dos Migrantes (SPM) completa, neste ano, 25 anos de luta em defesa dos migrantes. Para celebrar essa caminhada, o Serviço realizará, até o próximo ano, uma série de atividades comemorativas. Uma delas será o seminário "Rompendo fronteiras com os migrantes", que acontecerá amanhã (1°) em São Paulo (SP). Além de marcar os 25 anos do SPM, o evento - que reunirá cerca de 100 pessoas, entre pesquisadores, agentes de pastoral, migrantes e entidades parceiras do SPM, - terá o objetivo de discutir os desafios enfrentados pelos atuais migrantes. De acordo com Dom Demétrio Valentini, presidente do SPM, a atual conjuntura de crise econômica e ecológica trouxe grandes problemas para os migrantes, como a falta de acolhimento nos países de destino.
Ele cita, por exemplo, o problema dos africanos na Europa e dos latino-americanos nos Estados Unidos. Nos dois casos, há uma "tensão nas fronteiras" e os migrantes são rejeitados. Para Dom Demétrio, existe hoje um "desequilíbrio" que deve ser superado para se conseguir um "mundo mais justo". De acordo com ele, essa situação fica evidente na "liberdade" promovida pelo capitalismo. "No capitalismo há a liberdade [livre circulação] de capital (...) e por que não deixa também a liberdade dos trabalhadores, a mobilidade humana?", questiona.
Para tentar acolher e organizar os migrantes na busca de seus direitos, foi oficialmente criado, em 1986, o Serviço Pastoral dos Migrantes. Dom Demétrio explica que o trabalho do SPM divide-se em três eixos: migração sazonal (acompanhamento e manutenção das relações comunitárias de trabalhadores temporários); migração urbana (acolhida e organização dos migrantes nas grandes cidades); e imigrantes (organização de migrantes estrangeiros).
De acordo com ele, os migrantes de hoje estão mais conscientes de seus direitos do que os de 25 anos atrás. "Eles começam a ter consciência de que são sujeitos de direitos e que são presença positiva para a sociedade", revela. Entretanto, para Dom Demétrio, o preconceito e a articulação deles em organizações próprias ainda são importantes desafios a serem superados.
Como avanço nesses 25 anos, o presidente do SPM cita o reconhecimento e a consolidação do trabalho do Serviço que é ligado à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). "As dioceses já percebem a importância de acolher os migrantes", destaca.
Programação
O Seminário "Rompendo Fronteiras com os Migrantes" acontecerá amanhã, a partir das 9h, na sede da CSA (Rua Formosa, 367, 4º andar - Metrô Anhagabau, Centro - São Paulo-SP) e contará com a presença de professores, pesquisadores e organizações que trabalham com a temática do migrante.
Durante a manhã, os participantes terão a oportunidade de debater temas como "Crises globais e fluxos migratórios", com Hélion Póvoa Neto, pesquisador da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ); "Direitos Humanos e Migrações", com José Carlos Pereira, integrante do SPM; e "Diversidades, convivência e transformações socioculturais e novas formas de escravidão, servidão e exploração humana", com a professora da Universidade de São Paulo (USP), Walkure Ribiero.
Já no período da tarde, a programação do Seminário contará com oficinas sobre diversos temas relacionados à migração, como tráfico de seres humanos, interacionismo nas fronteiras amazônicas, desenvolvimento sustentável e economia solidária, e políticas migratórias.
De acordo com a organização do evento, as comemorações dos 25 anos do Serviço de Pastoral do Migrante seguem com três dias de "coletiva de estudo" sobre temáticas diversificadas em torno da migração, e com atividades para o próximo ano que ainda estão em processo de discussão.
Mais informações: http://spmigrantes.wordpress.com/
Karol Assunção *
* Jornalista da Adital.com.br
Ele cita, por exemplo, o problema dos africanos na Europa e dos latino-americanos nos Estados Unidos. Nos dois casos, há uma "tensão nas fronteiras" e os migrantes são rejeitados. Para Dom Demétrio, existe hoje um "desequilíbrio" que deve ser superado para se conseguir um "mundo mais justo". De acordo com ele, essa situação fica evidente na "liberdade" promovida pelo capitalismo. "No capitalismo há a liberdade [livre circulação] de capital (...) e por que não deixa também a liberdade dos trabalhadores, a mobilidade humana?", questiona.
Para tentar acolher e organizar os migrantes na busca de seus direitos, foi oficialmente criado, em 1986, o Serviço Pastoral dos Migrantes. Dom Demétrio explica que o trabalho do SPM divide-se em três eixos: migração sazonal (acompanhamento e manutenção das relações comunitárias de trabalhadores temporários); migração urbana (acolhida e organização dos migrantes nas grandes cidades); e imigrantes (organização de migrantes estrangeiros).
De acordo com ele, os migrantes de hoje estão mais conscientes de seus direitos do que os de 25 anos atrás. "Eles começam a ter consciência de que são sujeitos de direitos e que são presença positiva para a sociedade", revela. Entretanto, para Dom Demétrio, o preconceito e a articulação deles em organizações próprias ainda são importantes desafios a serem superados.
Como avanço nesses 25 anos, o presidente do SPM cita o reconhecimento e a consolidação do trabalho do Serviço que é ligado à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). "As dioceses já percebem a importância de acolher os migrantes", destaca.
Programação
O Seminário "Rompendo Fronteiras com os Migrantes" acontecerá amanhã, a partir das 9h, na sede da CSA (Rua Formosa, 367, 4º andar - Metrô Anhagabau, Centro - São Paulo-SP) e contará com a presença de professores, pesquisadores e organizações que trabalham com a temática do migrante.
Durante a manhã, os participantes terão a oportunidade de debater temas como "Crises globais e fluxos migratórios", com Hélion Póvoa Neto, pesquisador da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ); "Direitos Humanos e Migrações", com José Carlos Pereira, integrante do SPM; e "Diversidades, convivência e transformações socioculturais e novas formas de escravidão, servidão e exploração humana", com a professora da Universidade de São Paulo (USP), Walkure Ribiero.
Já no período da tarde, a programação do Seminário contará com oficinas sobre diversos temas relacionados à migração, como tráfico de seres humanos, interacionismo nas fronteiras amazônicas, desenvolvimento sustentável e economia solidária, e políticas migratórias.
De acordo com a organização do evento, as comemorações dos 25 anos do Serviço de Pastoral do Migrante seguem com três dias de "coletiva de estudo" sobre temáticas diversificadas em torno da migração, e com atividades para o próximo ano que ainda estão em processo de discussão.
Mais informações: http://spmigrantes.wordpress.com/
Karol Assunção *
* Jornalista da Adital.com.br
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