Um dos protagonistas de Lixo Extraordinário, que disputa o prêmio de melhor documentário da Academia de Hollywood, é Sebastião dos Santos. “Posso dizer com muita alegria que o MDS faz parte de todos os aspectos da minha vida”, garante Tião, que, além de beneficiário do Bolsa Família e presidente da Cooperativa de Catadores de Gramacho, representa o Rio de Janeiro no Movimento Nacional dos Catadores e no Comitê Interministerial criado pelo Governo Federal para dar atenção a quem trabalha com a reciclagem.
Tão extraordinário quanto o lixo é o trabalho de mais de 800 mil catadores em todo o Brasil. Foi pensando nas comoventes trajetórias de vida de uma classe considerada por muitos como “invisível” que o artista plástico Vik Muniz inspirou o filme Lixo extraordinário, que concorre, em 27 de fevereiro, ao Oscar de melhor documentário.Ao recontar diversas histórias de vida por meio de painéis montados com lixo, o artista apresenta Sebastião Carlos dos Santos, o Tião, protagonista do filme. Representante da bancada fluminense no Movimento Nacional dos Catadores, Tião ocupa atualmente o posto de presidente da Cooperativa de Catadores de Gramacho, em Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, considerado um dos maiores lixões do planeta e onde foi rodado o filme.
A história de Tião se cruza com o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) muito antes dos minutos de fama nas telas de cinema. Em 2005, aos 26 anos, Tião conheceu o Comitê Interministerial de Inclusão Social dos Catadores de Materiais Recicláveis (Ciisc), orquestrado e monitorado pelo MDS. No Ciisc, o jovem catador aprendeu a importância da reciclagem e do trabalho da classe.
“Devo muito ao MDS. Assim que comecei a me informar sobre as ações do ministério com os catadores, soube que tinha ganhado um grande parceiro nessa luta. Logo tratei de me capacitar e meses depois já era um capacitador. Até hoje trabalho ensinando aos outros o que posso chamar com muito orgulho de ‘profissão’”, comemora.
Além de catador e personagem principal do documentário, Tião também conta com a ajuda do MDS em casa, ao receber mensalmente o Bolsa Família. “Minha mulher recebe todo mês um dinheirinho que ajuda bastante a gente. Posso dizer com muita alegria que o MDS faz parte de todos os aspectos da minha vida.” Tião enfatiza a importância da visibilidade do filme na vida dos trabalhadores de Gramacho. “Com essa mídia toda, podemos mostrar para o Brasil a necessidade de promover a inclusão social e a discussão das diversas políticas para a área”, argumenta.
“Desde os 9 anos de idade eu já frequentava o lixão de Gramacho. Meus pais e meus irmãos trabalhavam aqui e eu vinha trazer comida. Às vezes acabava ficando para ajudar e aos poucos fui me envolvendo”, conta. “Aos 15, já dependia do dinheiro do lixão para ajudar nas contas da casa. Hoje, aos 39, o lixão é minha vida”, explica.
Retrato fiel – Chefe da divisão da Secretaria Executiva do Ciisc no MDS, Francisco Nascimento celebra a indicação ao prêmio e acredita que Lixo extraordinário retratou de maneira fiel a situação dos catadores. “O mais importante é que, com essa produção, toda uma discussão sobre a classe dos catadores foi provocada no mundo inteiro. O que batalhamos há anos para conseguir o filme conseguiu em meses”, comemora.
“De maneira respeitosa e fiel, o Vik conseguiu extrair o cotidiano do universo da catação e retratá-lo em sentido estético, mostrando que o lixo também é arte, é vida”, afirma. “Com o regulamento da Política Nacional dos Resíduos Sólidos em agosto de 2010 e diversas iniciativas na esfera dos catadores, conseguimos coroar o trabalho executado pelo Governo Federal.”
Responsável pelo documentário, o artista plástico Vik Muniz se preocupa com a situação dos trabalhadores dos lixões. Segundo ele, a indicação ao Oscar surge em momento importante da história da classe, uma vez que a nomeação promove visibilidade às questões dos catadores.
Sobre o documentário – Gravado ao longo de três anos, Lixo extraordinário retrata o projeto social de Vik Muniz junto aos catadores do lixão de Gramacho (RJ). Com mais de dez prêmios em festivais nacionais e internacionais, o documentário é uma coprodução entre a Inglaterra e o Brasil, dirigida pela inglesa Lucy Walker e codirigida pelos brasileiros Karen Haley e João Jardim.
Sobre o Comitê – O Comitê Interministerial de Inclusão Social de Catadores de Materiais Recicláveis (Ciisc) foi criado por decreto de 11 de setembro de 2003 para tratar da inclusão social dos catadores de materiais recicláveis. O órgão acompanha, avalia e monitora semestralmente o processo de coleta seletiva solidária, por meio do qual os resíduos recicláveis descartados pelos órgãos e entidades da administração pública federal, direta e indireta, são separados e destinados às associações e cooperativas de catadores.
A instância é coordenada pelos ministérios do Desenvolvimento Social e Combate à Fome e das Cidades e tem ainda os do Meio Ambiente, do Trabalho e Emprego, da Ciência e Tecnologia, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, da Fazenda, da Educação e da Saúde, além da Casa Civil, da Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República, da Caixa Econômica Federal e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social.
Saiba mais – Acesse o portal www.coletasolidaria.gov.br e conheça a atuação do comitê e dos catadores pelo País.
Fernanda Lattarulo
Ascom/MDS
(61) 3433-1070
www.mds.gov.br/saladeimprensa
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