Deste total, vem crescendo o número de crianças vítimas de abuso menores de doze anos. Em 2008, elas representavam 47% dos casos de agressão sexual; em 2009, o número subiu para 51% e, só no primeiro semestre deste ano, já são 54% dos atendimentos. “Estes dados não significam que tem aumentado o número de abusos em São Paulo, mas sim que as pessoas estão tendo mais acesso a informações e tomando coragem para buscar ajuda, o que não acontecia antes quando tudo era velado”, afirma Sandra Garrido.
Segundo Sandra Garrido é um grande passo conseguir denunciar e romper a barreira do silêncio, porque geralmente o agressor faz ameaças contra a criança ou a compra com balas, doces ou outros atrativos. “Há pessoas que só têm coragem de enfrentar o problema, depois que veem o ciclo se repetindo, com outra criança da família sendo abusada”, conta a assistente social.
Na opinião da especialista, depois de 20 anos da criação do Estatuto da Criança e do Adolescente, alguns avanços ocorreram, como a melhoria de algumas políticas públicas, mas ainda há muito a fazer para evitar o problema. Ela sugere que uma das maneiras de trabalhar pela prevenção seria mobilizando grandes campanhas dentro das escolas, informando e orientando alunos e familiares. Por estarem em contato direto com as crianças e adolescentes, os educadores têm um importante papel no enfrentamento do abuso sexual infantojuvenil.
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