23/01/2011

Rádios comunitárias lançam Coletivo Nacional de Mulheres

Mobilização de mulheres dirigentes de rádios comunitárias fortalece perspectiva de gênero na comunicação; democratização do acesso e produção de conteúdo é um dos objetivos do Congresso da Abraço -   (Brasília, 21/01/2011) - Começou a funcionar o Coletivo Nacional de Mulheres Dirigentes de Rádio Comunitária, lançado oficialmente ontem, no VII Congresso da Abraço (Associação Brasileira de Rádiodifusão Comunitária). O Congresso reúne radialistas e dirigentes de rádios comunitárias de todo o país no Museu Nacional, em Brasília, de 20 a 22 de janeiro, para discutir a atuação das rádios comunitárias,  os marcos legais da radiodifusão e a democratização dos meios de comunicação. 

Pelo menos um terço das delegações estuduais do VII Congresso é composto por mulheres, uma decisão inédita na entidade. Para o jornalista José Sóter, diretor da Abraço, "as cotas foram decisivas na Congresso, mudaram a plenária neste Congresso". Foram 133 delegadas estaduais, conta.

Gênero, Raça e Etnia - Presente na mesa de lançamento do Coletivo Nacional, a ONU Mulheres, entidade de gênero das Nações Unidas, conduziu  o colóquio  "A Participação Política de Mulheres e a Inclusão das Perspectivas de Gênero, Raça e Etnia na Programação das Rádios Comunitárias".  Marcado pela interação, o debate envolveu 30 mulheres e homens, entre comunicadores de rádios e militantes de movimentos pela democratização da comunicação, vindos das cinco regiões do país.

Instalado em uma tenda ao lado do Museu da República, o grupo compartilhou as formas como cada um constrói o movimento pela democratização da comunicação e como as rádios comunitárias podem se tornar canais de empoderamento das mulheres, negros e indígenas. "Mulheres e rádios comunitárias são uma combinação explosiva. Se, como mulheres e mães, como cidadãs, já fazemos um barulho danado nas rádios comunitárias, cobrando serviços básicos e denunciando abusos, como dirigentes então, nem se fala". Mas não basta ser mulher para ter perspectiva de gênero, concordaram os participantes: "Tem muita mulher com cabeça de homem".

A deputada federal Luiza Erundina, primeira prefeita de São Paulo, integrou a mesa de lançamento do Coletivo Nacional de Mulheres da Abraço e decidiu participar também do colóquio. Com 12 anos de experiência na Comissão de Ciência, Tecnologia, Comunicação e Informática no Congresso, ela ressaltou o papel das rádios comunitárias para a inclusão de vários seguimentos da população e a importância de transmitir, juntamente com as questões locais específicas de cada comunidade, os grandes temas que influenciam a vida de todos.

"As fronteiras da comunicação são amplas, um direito humano que deve ser exercido de diversas maneiras e por todas as pessoas", diz Isabel Clavelin, assessora de Comunicação da ONU Mulheres e facilitadora do colóquio. "A comunicação comunitária tem o diferencial de gerar uma troca de informações intensas que são importantes para a organização da própria comunidade".


Confira a programação da VII Congresso Nacional de Rádios Comunitárias no site da Abraço:
http://www.abraconacional.org/

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