Claudia Correia* :No Brasil,
toda vez que ocorre uma tragédia, explorada pela mídia sensacionalista,
envolvendo os atores sociais do ambiente escolar e o contexto social em
que se insere, o debate sobre a atuação do Serviço Social na Educação se
fortalece. Não comungo da idéia que o trabalho social neste campo seja
“o salvador da pátria”, capaz de operar milagres, humanizar relações,
erradicar a violência. Nem em milagres acredito. Numa sociedade
capitalista e complexa é arriscado reduzir tudo ao tecnicismo ingênuo.
Prefiro apostar em processos sociais em que nós, assistentes sociais,
traçamos estratégias políticas de intervenção profissional e buscamos
alianças com movimentos sociais e categorias comprometidos com a defesa
dos direitos , incluindo a educação de qualidade.
A inserção
dos assistentes sociais na política pública de educação vem crescendo.
Já existem projetos de lei tramitando na Assembléia Legislativa da Bahia
e na Câmara Municipal de Salvador instituindo o Serviço Social na rede
pública de ensino. Pelo país afora esta regulamentação legal vai
ganhando corpo. A mobilização da categoria dos assistentes sociais em
defesa destas iniciativas e os estudos acadêmicos sobre este campo de
trabalho avançam.
Levantamentos
da Comissão de Educação do Conselho Regional de Serviço Social
CRESS/Bahia mostram que as Unidades de Formação Acadêmica estão
empenhadas na dinamização curricular com esta temática em práticas de
ensino, pesquisa e extensão. A intensificação das produções acadêmicas
em termos da graduação e da pós-graduação marca um tempo de contribuição
com as questões que desafiam a seguridade do direito à educação. Temos
que ampliar o olhar sobre a inserção do Serviço Social na Educação para
além das escolas de ensino fundamental. Ela está associada também à
Educação Infantil, nas creches e escolas comunitárias, bem como no
ensino técnico-profissionalizante e na Educação Superior. Daí dizer que
lutamos pela inserção de assistente sociais nos diversos segmentos da
política educacional pública, que tem como foco as expressões da questão
social que interferem na aprendizagem, mas que a extrapolam no
cotidiano das relações entre famílias e bairros.
Muito além da sala de aula
A
complexidade da questão social retratada no cotidiano escolar exige uma
intervenção articulada entre as políticas setoriais como a saúde, a
assistência social, a cultura, o esporte e lazer e a segurança pública.
São muitos os casos de exploração e violência
sexuais identificados a partir do comportamento das crianças na escola. A
presença das drogas desafia educadores e governantes. O trabalho
infantil reflete diretamente no rendimento do aluno. São dramáticos os
índices de evasão: o último censo escolar do Instituto Nacional de
Estudos e Pesquisas Educacionais mostrou que 15% dos jovens brasileiros
deixaram o Ensino Médio em 2004, ou seja, 1,4 milhão de alunos
matriculados que abandonaram a escola, além de 8% do Ensino Fundamental.
Educadores se empenham para compreender e mediar sozinhos as influências da dura realidade social sobre a comunidade escolar. Para atuar neste cenário temos que fortalecer as interfaces entre os Centros de Referência da Assistência Social (CRAS), as escolas, os Programas de Saúde da Família (PSF) e outros com foco nos direitos sociais.
Por isso, mais do que uma luta corporativista, esta valiosa presença dos assistentes sociais na política pública de educação deve ser defendida por toda a sociedade.
Para a professora Liane Monteiro(UCSal), autora da dissertação :“TRABALHO DE ASSISTENTES SOCIAIS NA ESCOLA PARQUE DE SALVADOR :CONTRIBUIÇÕES PARA AS RELAÇÕES ENTRE FAMÍLIA, ESCOLA E COMUNIDADE NOS ANOS 2000” (Mestrado em Políticas Sociais e Cidadania- UCSal) este trabalho tem como pano de fundo o direito à educação pública laica, de qualidade e universal, nas dimensões do acesso, da permanência e do êxito educacional. “Ainda que notemos a ampliação do acesso à educação no Brasil, o acirramento das condições de vulnerabilidade social entre famílias e territórios urbanos onde se inserem as escolas, desafia os gestores no cumprimento da função social da escola, como instância de proteção, buscando estratégias de permanência e êxito dos alunos. É neste sentido que a ação multidisciplinar envolvendo assistentes sociais e psicólogos contribui efetivamente para estudar e criar medidas protetivas ante as expressões das desigualdades sociais, que tem nas diversas formas de violências o seu ponto mais crítico, gerador de infrequência e evasão entre alunos e de adoecimento entre professores”, afirma ela.
O papel
do conjunto CFESS/CRESS
O Serviço
Social na Educação, sob orientações das diretrizes gerais debatidas
junto ao Conselho Federal de Serviço Social (CFESS) e demais Conselhos
Regionais deve levar em conta a escola e o espaço social a que pertence,
a escola como instância de inclusão social e a escola como instância de
organização social participativa.
No último encontro nacional o que aconteceu em setembro,em Brasília, promovido pelo CFESS observamos a forte tônica que a temática do direito à Educação ocupou nos quatro dias de encontro. A representação do GT Nacional Educação do CFESS foi trazida para a Bahia, como representante do Nordeste e vamos sediar em Alagoas, em 2012, o primeiro encontro nacional de Serviço Social na Educação. Os representantes regionais se reúnem agora para debater uma agenda de ações de publicização do documento “Subsídios para o debate do Serviço Social na Educação”, gerado a partir de pesquisa realizada pelo CFESS em todos os estados.
Você se interessa por este tema? Confira aqui a dissertação de Liane Monteiro, o documento do CFESS e o relatório do Encontro Nacional CFESS/CRESS (setembro, Brasília). Participe deste debate nos estados, nas Casas Legislativas e no conjunto CFESS/CRESS.
No último encontro nacional o que aconteceu em setembro,em Brasília, promovido pelo CFESS observamos a forte tônica que a temática do direito à Educação ocupou nos quatro dias de encontro. A representação do GT Nacional Educação do CFESS foi trazida para a Bahia, como representante do Nordeste e vamos sediar em Alagoas, em 2012, o primeiro encontro nacional de Serviço Social na Educação. Os representantes regionais se reúnem agora para debater uma agenda de ações de publicização do documento “Subsídios para o debate do Serviço Social na Educação”, gerado a partir de pesquisa realizada pelo CFESS em todos os estados.
Você se interessa por este tema? Confira aqui a dissertação de Liane Monteiro, o documento do CFESS e o relatório do Encontro Nacional CFESS/CRESS (setembro, Brasília). Participe deste debate nos estados, nas Casas Legislativas e no conjunto CFESS/CRESS.
Dissertação de Tese de Liane Monteiro Santos Amaral:
Trabalhos de Assistentes Sociais na Escola Parque de Salvador
Contribuições para relações entre família, escola e comunidade nos Anos 2011
[Em breve será disponibilizanda]
Documento do CFESS:
40º Encontro Nacional CFESS/CRESS
Relatório Final
* Claudia Correia, Assistente social, jornalista, profª da ESSCSal, Mestre em Planejamento Urbano e Regional. Contato: ccorreia6@yahoo.com.br
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