Grande grupo de dependentes químicos consumia drogas, na rua
lateral à Sala São Paulo, região central, na tarde de ontem
Inaugurado no dia 27 de março,
principalmente, para atender dependentes químicos da região da
Cracolândia, o Complexo Prates que teria capacidade para atender até 1,2
mil pessoas por dia, tanto na áreas de Assistência Social quanto Saúde,
tem atendido em média, apenas 60 pessoas por dia em seus serviços de
Saúde.
A informação é da Secretaria Municipal
da Saúde que apontou que da inauguração até 1º de junho, 733 usuários
foram atendidos pelo Centro de Atenção Psicossocial III Álcool e Drogas
(CAPS III AD) e 3.123 atendimentos foram realizados pela Assistência
Médica Ambulatorial (AMA) 24 horas do Complexo.
Segundo uma pesquisa da Secretaria da
Assistência Social, divulgada pelo ‘O Estado de São Paulo’, a média em
todo o equipamento, que custou cerca de R$ 7 milhões, é de 180 pessoas
por dia ou 15% de sua capacidade. “Os mais caídos não chegam lá. Os que
chegam são aqueles que vão por conta própria ou são levados com
violência por agentes de segurança. É preciso uma abordagem mais
humanizada, mais próxima dessas pessoas. Não é só técnica. É preciso
entender o mundo dessas pessoas para encontrar a porta para entrar”,
criticou o Padre Júlio Lancelotti, que atua na Pastoral de Rua e é
ativista da região.
Segundo a Prefeitura, que diz contar com
416 leitos só para dependentes em toda a Capital, por se tratar de um
serviço novo, a evolução dos atendimentos é gradativa. “Já foi possível
notar aumento no segundo mês de funcionamento, em relação ao primeiro. A
tendência é que o serviço se fortaleça cada vez mais e a procura
aumente” justificou em nota.
Operação na Cracolândia não coíbe uso de drogas
Considerada violenta por
14,2% dos moradores de rua da Capital, que disseram ter sido agredidos e
ineficiente, já que não teria mudado a vida de 72% das pessoas em
situação de rua, segundo pesquisa da Secretaria da Assistência Social,
divulgada pelo ‘O Estado de São Paulo’ a Operação Centro Legal fez cinco
meses.
Além das reclamações de migração de
viciados para bairros, como Higienópolis, Glicério ou até Jabaquara,
como o Metrô News publicou em março, a presença de mais
de 300 policiais parece não ter mudado a situação na Nova Luz. Grupos
de dependentes voltaram a tomar as ruas da região da Cracolândia, mesmo
durante o dia e o consumo de drogas continua. Ruas como Helvetia, Barão
de Piracicaba e a Praça Júlio Prestes seguem como fumódromos de crack a
céu aberto e segundo comerciantes, o que de dia parece seguro, a partir
das 18h, é considerada ‘terra de ninguém’. “Quando chega a noite, dá
medo, porque a rua está cheia deles. Está faltando segurança à noite. O
que a polícia fez foi espalhá-los, mas quando chega a noite e vou fechar
a loja, eles estão aqui e dá muito medo. O que fizeram não adiantou em
nada e cada vez, piora mais”, criticou o comerciante, Abner de Melo, 30
anos, que há dez anos, trabalha na região e diz que o único benefício da
ação foi não mais encontrar lixo na porta de sua loja, quando a abre às
10h, na Rua Gusmões. “Para fechar é perigoso”, diz.
A mesma sensação tem o proprietário de
outra loja na região, Antonio Francisco da Costa, 55 anos, que só
consegue trabalhar com mais tranquilidade por ter contratado o serviço
de guarda particular. “Sem o guarda fica complicado. Passo de manhã e
eles continuam tomando as ruas”, diz ele, que no momento em que era
entrevistado, a duas quadras, via um grupo de mais de 40 dependentes
tomando a rua lateral da Sala São Paulo. “Teria que continuar a
segurança a noite. Porque eles continuam livres e juntos”, disse.
Região tem ‘proteção policial’
No fim da tarde de ontem, quando a
reportagem do Metrô News esteve na região conhecida como Cracolândia, o
cenário era o mesmo do fim do ano passado, antes da Operação Centro
Legal, com ocupação policial da Nova Luz, iniciada em janeiro.
Enquanto policiais militares faziam
busca pessoal em um grupo de cinco moradores de rua na Praça Júlio
Prestes, um grupo com mais de 40 dependentes consumia crack de forma
indiscriminada a menos de cem metros, na rua lateral da Sala São Paulo. O
mesmo fluxo ocorria na Rua Dino Bueno, enquanto um grupo de dez homens,
que estavam escondidos em uma espécie de buraco para um terreno, era
abordado pela Guarda Civil Municipal (GCM), cerca de 20 pessoas, na
quadra seguinte, também consumiam a droga, sem incômodo. “Não foram
tomadas medidas que combatessem o problema na origem. Desde o começo,
essa operação é inócua, com um grande teatro de vaidades políticas. Essa
ação só criou novos confinamentos dessas pessoas que precisam de ajuda e
na verdade, acabam se afundando ainda mais no problema”, criticou o
padre Lancelotti. Para ele, a presença policial, na verdade, além de não
combater o tráfico de drogas, cria espécie de locais protegidos e mais
escondidos para que os dependentes sigam consumindo o crack. “A
violência com a polícia e GCM não serve para essas pessoas. Os mais
caídos com a doença continuam lá e vão continuar. É preciso algo mais
humano”, sugeriu.
Lucas Pimenta
metro news
05 de junho de 2012 - 08:25
seria importante antes de qualquer publicação que venha conhecer o complexo e trabalho que é reealizado por nos neste momento estou no telecentro sou sim da cracolandia e ate convido amigos mas enquanto as reportagens naão ajudam como por exemplo explicando o que é para que serve eeste espaço garanto que seria melhor que ficar criticando e este promotor ate onde eu sei estou desde o inicio e ele nunca nos visitou.,..
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