Ideia é unir ações de ONGs e agentes socias, diz Prefeitura
Marcela Fonseca - Há duas décadas, duas organizações, tão importantes quanto tantas outras entidades da Capital paulista, desempenham valioso papel. O trabalho solidário, que envolve a distribuição de refeições à população em situação de rua, mais que do um prato de comida, leva amor e assistência social.
Com 23 anos de atuação, a Anjos da Noite todo sábado reúne seus colaboradores. “Hoje temos em média 150 voluntários, nos reunimos pela manhã, passamos o dia preparando não só a alimentação, mas roupas e cobertores, e então à noite partimos para a entrega, só paramos por volta da 1h da madrugada”, contou Kaká Ferreira, presidente da entidade.
A história da Turma da Sopa, que, de segunda a quinta, oferece refeições à população em situação de rua, também é antiga, há 20 anos o grupo que atualmente conta com algo em torno de cem voluntários, realiza ações. “Atendemos cerca de 200 pessoas por dia e são servidas em média 400 refeições de segunda a quinta, mas trabalhamos de segunda a segunda”, disse Carlos Eduardo Capato que enfatizou a importância da distribuição na aproximação com a população das ruas. “Nosso trabalho consiste na reintegração do morador em situação de rua na sociedade, através da distribuição da refeição, conseguimos abordar e chegar naqueles que querem sair desta condição, nosso objetivo é acompanhar o ajudar a encaminhar para frente”, disse. “No processo de reintegração o primeiro passo é resgatar a autoestima”, completou Ferreira.
Distribuição ameaçada
O trabalhos das entidades Anjos da Noite e Turma da Sopa pareceu ameaçado, segundo o jornal ‘O Estado de S. Paulo’, que publicou no último dia 27, notícia de que a Prefeitura proibiria no fim deste mês a distribuição do sopão nas vias públicas do Centro. Segundo o jornal, a Secretaria Municipal de Segurança Urbana puniria administrativamente e criminalmente quem descumprisse a determinação. O Promotor de Justiça de Direitos Humanos da Capital, Alexandre Marcos Pereira, considerou desastrosa, ilegal e desumana a proibição.
A afirmação teria sido feita pelo secretário Edson Ortega em reunião com representantes dos Conselhos Comunitários de Segurança (Conseg) e da Associação Viva o Centro dia 20 de junho. Segundo Marco Antonio Ramos de Almeida, superintendente da Viva o Centro, que esteve na reunião, o assunto foi distorcido. “As coisas foram distorcidas, não é uma proibição, é o oposto, a Prefeitura quer auxiliar as instituições oferecendo apoio”, disse.
Prefeitura quer criar espaços públicos para a distribuição
Questionada à respeito da possibilidade de proibição da distribuição de refeições por Organizações Não Governamentais (ONGs) no Centro da Capital paulista, a Prefeitura de São Paulo informou que não cogita proibir a distribuição de alimentos na região central da cidade.
Segundo a Prefeitura, o que existe é a proposta de que as entidades ocupem espaços públicos destinados para o atendimento às pessoas em situação de rua, como as tendas instaladas pela Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social.
“A Prefeitura entende que a união das ações das ONGs com as dos agentes sociais tem potencial para tornar ainda mais eficazes as políticas de reinserção social”, afirmou através de nota.
“O que a Prefeitura pretende é disponibilizar às instituições que atuam na distribuição de alimentos à população de rua, locais adequados, oferecendo apoio”, completou o superintendente da Viva o Centro, Marco Antonio Ramos de Almeida.
Facebook tem ‘Sopaço na casa do Kassab’
Não demorou muito para a intenção de proibir a distribuição de sopa para moradores em situação de rua virar notícia e se tornar protesto. Uma mobilização está sendo organizada na rede social Facebook. O ato em protesto está agendado para a noite de hoje.
Inspirados no ‘churrasco de gente diferenciada’, realizado em maio de 2011, que atraiu manifestantes contrários à declaração de uma moradora do bairro de Higienópolis, que criticou a construção de uma estação de metrô na região, a página do novo ato convida para o ‘Sopão na casa do Kassab, sopão de gente diferenciada’. Até ontem, dos 51 mil convidados, 5.124 pessoas confirmaram presença. A reportagem tentou falar com os organizadores, mas até o fechamento desta edição não obteve resposta. Na página do evento, a concentração está prevista para ocorrer às 17h, em frente ao prédio da Prefeitura, no Viaduto do Chá. A partir das 19h haverá caminhada até a Praça da Sé. O ‘sopaço’ será servido a partir das 20h.
metronews.com.br
06 de julho de 2012 - 08:33
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