Famílias desabrigadas da favela Humaitá, que pegou fogo há um mês, continuam morando em abrigo improvisado na zona oeste. Assistentes sociais 'sumiram'
Cidadãos desabrigados por incêndio agora sem apoio da prefeitura: descaso e ausência de políticas sociais Um mês depois do incêndio na favela Humaitá, zona oeste de São Paulo, os 400 desabrigados ainda não receberam encaminhamento da Secretaria de Habitação.
O abrigo – improvisado no vestiário do Clube Escola Pelezão, na Lapa – que chegou a receber 38 pessoas, agora tem 25. Sem orientação alguma da prefeitura, eles começam a deixar o local para viver na casa de amigos e parentes. É o que fará Thais Correa, que na próxima semana vai para a casa da sogra. “Percebi que não adianta perder meu tempo. Aqui é um clube, não dá para ficar muito tempo”, comentou, mostrando as instalações do local, que, com o calor, já começa a receber usuários. “Não adianta esperar.
Quero procurar um emprego para recomeçar minha vida e dar um futuro melhor para meu filho.” Há duas semanas a equipe de assistentes sociais da prefeitura deixou de fazer plantões no local, e os moradores assumiram a responsabilidade de distribuir as refeições e de receber doações de roupas e calçados. Caso alguém fique doente ou passe mal os desabrigados terão de se articular para buscar atendimento médico. No sábado (25), até as 16h, ainda a prefeitura não havia enviado café da manhã e almoço. Felipe Correa, marido de Thais, conta que a prefeitura chegou a oferecer bolsa-aluguel no valor de R$ 300, porém não deu continuidade ao processo.
A Secretaria de Habitação não confirmou a informação. Mesmo assim, Felipe e a esposa concordam que o auxílio não seria suficiente. “Não conseguimos nem alugar um barraco onde morávamos. Além disso, o benefício é apenas por dois anos e meio e a prefeitura deixou claro que, depois disso, não há garantia de que vamos receber uma casa [em programas habitacionais]”, disse Felipe. “Prefiro voltar e reconstruir meu barraco do que ficar sem casa de novo daqui até dois anos.
Meu salário não dá para pagar aluguel.” Assista vídeo com depoimentos dos moradores A falta de investigação, porém, é o que mais o incomoda. “É uma história muito estranha esses incêndios seguidos uns dos outros. Eles podem até ser criminosos, por isso é preciso investigar. Mas a prefeitura parece se preocupar mais com política do que em atender a população”, disse Felipe.
A Câmara Municipal, a pedido do vereador Ricardo Teixeira (PV), instalou em abril passado uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar os incêndios em favelas. Das seis audiências marcadas, no entanto, apenas as duas primeiras foram realizadas, porque as demais não alcançaram a presença mínima de quatro vereadores.
Por: Sarah Fernandes, da Rede Brasil Atual
Cidadãos desabrigados por incêndio agora sem apoio da prefeitura: descaso e ausência de políticas sociais Um mês depois do incêndio na favela Humaitá, zona oeste de São Paulo, os 400 desabrigados ainda não receberam encaminhamento da Secretaria de Habitação.
O abrigo – improvisado no vestiário do Clube Escola Pelezão, na Lapa – que chegou a receber 38 pessoas, agora tem 25. Sem orientação alguma da prefeitura, eles começam a deixar o local para viver na casa de amigos e parentes. É o que fará Thais Correa, que na próxima semana vai para a casa da sogra. “Percebi que não adianta perder meu tempo. Aqui é um clube, não dá para ficar muito tempo”, comentou, mostrando as instalações do local, que, com o calor, já começa a receber usuários. “Não adianta esperar.
Quero procurar um emprego para recomeçar minha vida e dar um futuro melhor para meu filho.” Há duas semanas a equipe de assistentes sociais da prefeitura deixou de fazer plantões no local, e os moradores assumiram a responsabilidade de distribuir as refeições e de receber doações de roupas e calçados. Caso alguém fique doente ou passe mal os desabrigados terão de se articular para buscar atendimento médico. No sábado (25), até as 16h, ainda a prefeitura não havia enviado café da manhã e almoço. Felipe Correa, marido de Thais, conta que a prefeitura chegou a oferecer bolsa-aluguel no valor de R$ 300, porém não deu continuidade ao processo.
A Secretaria de Habitação não confirmou a informação. Mesmo assim, Felipe e a esposa concordam que o auxílio não seria suficiente. “Não conseguimos nem alugar um barraco onde morávamos. Além disso, o benefício é apenas por dois anos e meio e a prefeitura deixou claro que, depois disso, não há garantia de que vamos receber uma casa [em programas habitacionais]”, disse Felipe. “Prefiro voltar e reconstruir meu barraco do que ficar sem casa de novo daqui até dois anos.
Meu salário não dá para pagar aluguel.” Assista vídeo com depoimentos dos moradores A falta de investigação, porém, é o que mais o incomoda. “É uma história muito estranha esses incêndios seguidos uns dos outros. Eles podem até ser criminosos, por isso é preciso investigar. Mas a prefeitura parece se preocupar mais com política do que em atender a população”, disse Felipe.
A Câmara Municipal, a pedido do vereador Ricardo Teixeira (PV), instalou em abril passado uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar os incêndios em favelas. Das seis audiências marcadas, no entanto, apenas as duas primeiras foram realizadas, porque as demais não alcançaram a presença mínima de quatro vereadores.
Por: Sarah Fernandes, da Rede Brasil Atual
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