03/09/2012

ONU lança aplicativo sobre violência contra a mulher e étnico-racial


Aplicativo


Atenta aos debates atuais da sociedade brasileira, a Organização das Nações Unidas (ONU) se aliou à tecnologia para informar e conscientizar a população sobre questões de gênero, raça e etnia.  Por meio do Programa Interagencial de Promoção da Igualdade de Gênero, Raça e Etnia, quatro importantes publicações sobre estes temas foram adaptadas para celular.
Agora, a Lei Maria da Penha, o Estatuto da Igualdade Racial, o Guia de Orientação da ONU para Denúncias de Discriminação Étnico-racial e o Guia para Jornalistas sobre Gênero, Raça e Etnia estão disponíveis para leitura nos celulares que operam pelo sistemaAndroid.
- Este trabalho com aplicativos para telefones celulares como instrumentos de garantia de direitos humanos no Brasil visa aproveitar a janela de oportunidade que se abre por meio do interesse e do acesso que brasileiros e brasileiras desfrutam em relação às Tecnologias da Informação e Comunicação – explicou Luis Fujiwara, Coordenador do Programa.
- Assim, a ONU potencializa seu papel de indutora do desenvolvimento por meio da cooperação técnica internacional no Brasil, aproveitando as características da sociedade brasileira para resolver, por meio de tecnologias digitais inovadoras, problemas tradicionais e historicamente imbricados no tecido social brasileiro, como o racismo, o sexismo e o etnocentrismo – destacou Fujiwara.
Em um momento de discussão sobre as cotas raciais e sociais nas universidades brasileiras, os desafios relacionados às questões de raça também foram relembrados pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO). No dia 23 de agosto, data em que a organização celebra o Dia Internacional da Lembrança do Tráfico de Escravos e sua Abolição, a diretora-geral da UNESCO, Irina Bokova, convocou os governos, as organizações da sociedade civil e os parceiros públicos e privados a redobrarem seus esforços para alcançar reconciliação e solidariedade para com os povos de descendência africana.
Seguindo esse posicionamento, a ONU também já prepara o lançamento de mais dois aplicativos para celular. O conteúdo dos debates realizados durante a Conferência Afro XXI, encontro que discutiu a realidade da população negra em vários países, e uma publicação com dados sobre a participação política das mulheres negras logo poderão ser acessados pelo telefone.
O lançamento desses aplicativos possibilita ampliar o acesso de líderes, principalmente de jovens, a informações e números sobre as questões de gênero, raça e etnia no Brasil.  “Os aplicativos são uma ferramenta para o empoderamento das pessoas e também um subsídio para auxiliar essas lideranças em suas frentes de luta”, disse Juliana Wenceslau, Oficial de Programa do PNUD, uma das agências do Programa Conjunto da ONU.
No início do ano, o Sistema ONU no Brasil divulgou nota em que reafirma seu apoio à adoção de políticas que possibilitem a maior integração de grupos, cujas oportunidades do exercício pleno de direitos têm sido historicamente restringidas, como as populações de afrodescendentes, indígenas, mulheres e pessoas com deficiências.
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